Ciclo dedicado a Lobo Antunes no Teatro S. Luiz (Lisboa) em Setembro - consulte o programa

Literalmente copiei a informação da programação do site do S. Luiz para aqui:


15 A 18 SET
DESTE VIVER
AQUI NESTE PALCO ESCRITO
ANTÓNIO LOBO ANTUNES

Não se lê António Lobo Antunes. Viaja-se por dentro das suas ficções poéticas como quem se deixa transportar por um fio de memória. Vive-se empolgadamente, ou desoladamente, a acção dramática que a cada momento descola do exercício narrativo. Pode parecer mental, mas é visual, teatral, cinematográfico, musical. Por isto e por tudo – porque Lobo Antunes é um dos grandes autores universais e temos o privilégio de o ter connosco na mesma cidade onde vivemos, porque lê-lo é lermo-nos nas nossas vidas das últimas décadas, ou simplesmente porque é um prazer – faz-nos pleno sentido abrir a mãe de todas as temporadas, nesta casa das artes do palco, com um programa dedicado à literatura. Com Maria de Medeiros, que regressa a Lisboa e se desdobra em quatro personagens-sintoma do fim de um certo Portugal; com Solveig Nordlund, que ataca o universo decadente, solitário, desconcertante, de uma família que dificilmente poderia demonstrar que ainda o é; com José Neves, que aqui encontra o lugar ideal para re-exercitar o seu conceito de leituras postas em som, para ouvir e ver de olhos fechados. Depois, conversamos sobre o autor, a obra e os temas que dela emergem, lançamos livros, ouvimos dois ou três temas musicais. Quatro dias de festa António Lobo Antunes, porque a festa é um dos modos de ser da poesia.

Um programa SLTM, em colaboração com Publicações Dom Quixote.


15 E 16 SET
QUE CAVALOS SÃO AQUELES QUE FAZEM SOMBRA NO MAR?
UM ESPECTÁCULO DE MARIA DE MEDEIROS
QUINTA E SEXTA, ÀS 21H00
SALA PRINCIPAL

O talento de Maria de Medeiros e de Gonçalo Távora Correia, cavaleiro de equitação à portuguesa, o fluxo ininterrupto deste texto sem parágrafos nem maiúsculas nem vírgulas, restituem-nos o esplendor e a decadência de uma família do Ribatejo cuja mãe “vai morrer às seis horas”. Cada um dos membros – o cínico, a drogada, o homossexual e até a velha criada, Mercília, sem contar com os mortos e com os que estão a morrer – libertam a sua voz numa tragédia cujo ritual evoca quer a ópera (onde se morre a cantar) quer uma arena (onde se morre entre ‘vivas’). O título, inspirado numa velha canção de Natal, recorda que, sob o domínio outrora próspero da família Marques, os cavalos viviam em liberdade… Enquanto agora se ouve a litania: “Como esta casa deve ser triste às três horas da tarde”.
Brigitte Paulino Neto

Adaptação, Encenação e Vídeo Maria de Medeiros
Desenho de Luz Philippe Welt
Interpretação Maria de Medeiros, Gonçalo Távora Correia e Paxá, o cavalo

Produção MC93 - Maison de la culture de la Seine-Saint-Denis


16 E 17 SET
CARTAS DE GUERRA
UMA LEITURA POSTA EM SOM POR JOSÉ NEVES
SEXTA E SÁBADO ÀS 18H30
JARDIM DE INVERNO

As cartas deste livro foram escritas por um homem de 28 anos na privacidade da sua relação com a mulher, isolado de tudo e todos durante dois anos de guerra colonial em Angola, sem pensar que algum dia viriam a ser lidas por mais alguém. Não vamos aqui descrever o que são essas cartas: cada pessoa irá lê-las de forma diferente, seguramente distinta da nossa. Mas qualquer que seja a abordagem, literária, biográfica, documento de guerra ou história de amor, sabemos que é extraordinária em todos esses aspectos.* Extraordinárias, sim, enquanto matéria viva que transporta pessoas dentro. Pessoas postas perante factos maiores – a separação, a guerra, a solidão extrema e a desumanidade das condições de vida – que reinventam na criação, na leitura e no exercício epistolográfico do amor a possibilidade de permanecerem vivas e se projectarem no futuro. Ideal para o exercício de criação de dramaturgia sonora que José Neves propõe. E para compreendermos como o acto de ler reconstitui e nos devolve, outra, a obra escrita.

*do prefácio de Maria José Lobo Antunes e Joana Lobo Antunes.


17 SET
FACTS AND FICTIONS OF ANTÓNIO LOBO ANTUNES*
LANÇAMENTO E CONVERSA SOBRE AUTOR E OBRA
SÁBADO ÀS 15H
SALA PRINCIPAL

O Centro de Cultura e Estudos Portugueses da Universidade de Massachusetts estuda a literatura e a cultura dos duzentos milhões de falantes de português espalhados pelo mundo, sempre numa perspectiva de diversidade teórica e crítica. Sobre António Lobo Antunes, publica agora mais de vinte artigos capazes, cada um deles, de nos fazer descobrir ângulos insuspeitos e de nos transmitir o desejo de ler e reler o autor. Do lançamento em Portugal deste volume partimos para a discussão, aberta e assumidamente não académica, de uma obra única e de todos os temas, todas as reescritas da língua, todas as viagens poéticas que dela se desdobram.

*Edição do Centro de Cultura e Estudos Portugueses da Universidade do Massachussets



17 SET
ANTESTREIA
A MORTE DE CARLOS GARDEL
UM FILME DE SOLVEIG NORDLUND
SÁBADO ÀS 21H00
SALA PRINCIPAL

Solveig Nordlund gosta de fazer filmes que nos surpreendam intelectual e formalmente. Com a adaptação cinematográfica de A Morte de Carlos Gardel, tem uma oportunidade única de empreender “mais uma prodigiosa aventura”. A partir de um emaranhado de discursos cruzados, discorridos por múltiplas primeiras pessoas, somos conduzidos por uma rede de memórias em cujo centro nervoso encontramos um jovem toxicodependente à beira da morte, o seu pai ingénuo, que não acredita que Gardel tenha morrido naquele acidente aéreo, uma tia obstinada… É a vida toda, com a morte dentro. Ou é um filme a partir de uma obra fundamental de Lobo Antunes, com antestreia no São Luiz.

Após a apresentação do filme, conversa com Solveig Nordlund, Luís Galvão Teles e convidados a confirmar.

Argumento e Realização Solveig Nordlund
Baseado na obra de António Lobo Antunes
Fotografia Acácio de Almeida
Som Carlos Alberto Lopes
Montagem Paulo Mil Homens
Produção Fado Filmes / Luís Galvão Teles

Com Rui Morisson, Carlos Malvarez, Teresa Gafeira, Celia Williams,Ruy de Carvalho, Joana de Verona, Elmano Sancho, Miguel Mestre, Ida Holten Worsøe, Carla Maciel, Diogo Dória, Teresa Faria, Cecília Henriques, Maria Arriaga, Albano Jerónimo e Maria João Pinho

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