Maria Lúcia Wiltshire de Oliveira: sobre Auto dos Danados


Auto dos Danados: cenas de uma família condenada

Resumo. Em Auto dos danados (1985), António Lobo Antunes encena a fragmentação de uma família tradicional ao mesmo tempo em que rompe a tradição da escrita romanesca, praticando uma tendência dupla da prosa portuguesa pós-75. Ao conceder a narração diretamente às personagens, o autor procede como um psicanalista a seus pacientes, fazendo do romance a sucessão progressiva e aleatória das falas dos membros de uma família patriarcal, retratados como criaturas humanas, demasiado humanas, que nos causam horror mas também compaixão, numa clave polifônica à Dostoievski. Tema, tons e tintas conferem à obra um lugar especial na literatura portuguesa contemporânea.

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